O mercado de construção civil tem inegável importância e, por isso, deve evoluir junto com o mundo. Veja como será a arquitetura no metaverso
Arquitetura no metaverso para espaços virtuais
Certamente você já ouviu falar ou leu sobre o metaverso, inclusive nós já explicamos tudo sobre o assunto em outro artigo, para ler clique aqui. Contudo, vamos destacar os pontos principais desse tema que tem gerado tantas especulações.
O conceito de metaverso surgiu primeiramente no ano de 1992, no livro “Snow Crash” de Neal Stephenson. Na obra de ficção, uma realidade distópica é o motivo para as pessoas escolherem se relacionar em um mundo digital, o metaverso.
A ideia é que, no metaverso, poderemos fazer quase tudo que fazemos no mundo físico, como trabalhar, estudar, visitar museus, ir ao cinema, entre outros. Dessa forma, será possível realizar várias tarefas no mundo digital usando um avatar. Além disso, existem experiências que ainda não imaginamos, mas que certamente poderão ser feitas no metaverso.
Como dito antes, ir ao cinema, visitar museus, ou ainda passear no shopping e até mesmo ter sua própria casa dentro do metaverso será algo comum. No entanto, para que isso seja possível, estes espaços virtuais precisam ser projetados e construídos assim como qualquer edificação do mundo físico. E justamente aí, que entra a arquitetura no metaverso. O trabalho dos arquitetos será muito necessário e valorizado, afinal, uma construção ainda que virtual deve ser, além de bonita, adequada ao tipo de uso desejado.
Não existem barreiras construtivas para arquitetura no metaverso
Embora as edificações no mundo físico possam ser espetaculares e muitas vezes apresentem ideias inovadoras, é certo que existem limites construtivos. Isso porque o mundo real possui complexidades, regras e leis que definem a forma como as construções podem ser. Dessa maneira, nem tudo é possível ser realizado em uma edificação, ainda que o arquiteto ou engenheiro seja extremamente criativo.
Já no mundo virtual, não existem normas, nem mesmo lei da gravidade, que impossibilitem construções mais fantásticas e inviáveis no mundo físico. Imagine as possibilidades arquitetônicas de um edifício que não é regido pelas leis da física! Além disso, as formas de interação entre pessoas e edificações, devem também atingir novos níveis. Mudar um cômodo inteiro de lugar dentro de casa, de forma rápida e simples é algo que poderá ser totalmente possível através da arquitetura no metaverso.
Padrões construtivos do mundo físico podem ou não ser usados no mundo digital. Esse poder de escolha é importante para agradar a todos. Desde os mais conservadores que desejam replicar suas casas reais no metaverso, até os mais ousados que optem por uma arquitetura arrojada e inovadora. Isso tudo significa que o mercado da construção será igualmente importante nos dois mundos. E por isso, os profissionais capacitados terão mais liberdade de criação e desenvolvimento de projetos.
Possibilidades da arquitetura no metaverso
É provável que todos já saibam a importância dos NFTs dentro do metaverso. Sem dúvida, a grande agitação mundial que o conceito causou, contribuiu para a valorização dos imóveis virtuais. A artista digital Krista Kim foi a criadora da primeira casa digital vendida no mundo, a Mars House. A casa é um NFT que foi vendido através da moeda virtual Ethereum por um valor equivalente, naquela época, a R$2,5 milhões. Certamente os NFTs são responsáveis por inúmeras oportunidades de realizar negócios lucrativos no mundo digital. Dentro da arquitetura no metaverso, por exemplo, eles podem ser usados para aquisição de imóveis, como a Mars House, e vários outros projetos exclusivos.
O trabalho dos arquitetos dentro do mundo digital não se restringe apenas a criar edificações e já se podem apontar algumas possibilidades que vão além disso.
Uma delas, são os “Digital Twins”, gêmeos digitais em português, que são réplicas digitais de construções existentes no mundo físico. Essas construções gêmeas do mundo digital podem ainda evoluir e se atualizarem conforme modificações no original.
Outra possibilidade para arquitetura são as criações de projetos arquitetônicos com liberdade para o usuário personalizar como quiser. Dessa forma, plataformas como Houdini e Grasshopper poderão ser usadas nesse processo.
Além dessas aplicações de arquitetura no metaverso, outra possibilidade interessante é a de criação de cidades, casas e etc, em forma de ativos digitais para serem vendidas diversas vezes. Potenciais compradores desses projetos são os estúdios da indústria de entretenimento, como os criadores de jogos, filmes, entre outros.
Grandes empresas já estão marcando presença no metaverso
Ainda que o metaverso esteja apenas dando seus primeiros passos e muita coisa ainda seja incerta, grandes marcas já estão firmando seu território por lá. Cada dia mais empresas apostam suas fichas nos universos virtuais e investem em ações do multiverso. Grifes famosas do mundo da moda como Gucci e Ralph Lauren, por exemplo, já tem seus espaços lá dentro. Além disso, marcas brasileiras como Lojas Renner e Itaú, também já desenvolvem ações no metaverso.
Em relação a arquitetura no metaverso, recentemente o estúdio de arquitetura dinamarquês BIG projetou um escritório virtual para a Vice Media Group. Primeiro edifício da empresa no metaverso, o Viceverse está localizado na plataforma Decentraland. Segundo o diretor executivo global de inovação da Vice Media Group, Morten Grubak, o Viceverse é um edifício extremamente orgânico, que a equipe vê como um “playground experimental e uma tela para construir”. Grubak citou também que “As equipes podem experimentar NFTs, Organizações Autônomas Descentralizadas (DAOs) e Web 3.0, aplicando insights diretamente para marcas ansiosas por causar impacto”.
Ainda na plataforma Decentraland, outros estúdios de arquitetura como o Roar, por exemplo, já se estabeleceram. No início deste ano, o Roar anunciou a compra de dois terrenos onde será construído um Showroom da marca no mundo digital.
Tudo isso demonstra que as marcas de sucesso do mundo físico, e até mesmo as pessoas mais informadas sobre o tema, entendem que o metaverso não é apenas uma utopia. O futuro do metaverso está se desenhando com muita certeza de longevidade. Dentro dele existirão vários mundos, e a arquitetura é, definitivamente, algo que qualquer mundo precisa.